"Heróis improváveis": como jogadores "coadjuvantes" mudaram o destino do Flamengo no bicampeonato mundial sub-20

Goleiro Léo Nannetti brilha em defesas no final do jogo e nos pênaltis, Iago salva nos acréscimos e bastidores revelam a força coletiva da nova geração rubro-negra

SUB-20

Por Redação do FH

8/24/20253 min ler

Time sub-20 do Flamengo comemorando primeiro gol contra o Barcelona.
Time sub-20 do Flamengo comemorando primeiro gol contra o Barcelona.

A conquista do bicampeonato mundial sub-20 pelo Flamengo não foi apenas uma vitória consagradora sobre o Barcelona ― tornou-se um capítulo exemplar de como jogadores tradicionalmente considerados coadjuvantes e os detalhes dos bastidores podem mudar o desfecho de grandes finais. O enredo decidido nos pênaltis expôs, sem alarde, que títulos se consolidam não apenas pelo brilho dos habituais destaques, mas pela surpresa e entrega de heróis discretos.

O bicampeonato rubro-negro também pode ser explicado por detalhes coletivos que fogem aos holofotes. 13 atletas já haviam vivenciado a conquista anterior em 2024, o que permitiu um ambiente de liderança compartilhada e aprendizado mútuo. No vestiário, as conversas motivacionais entre atletas experientes e mais jovens evidenciaram a maturidade do grupo. A escolha do técnico Bruno Pivette por manter um time com tal profundidade de elenco demonstra visão de longo prazo, apostando em rodagem e confiança mesmo nos jogadores que, aparentemente, teriam papel secundário.

Ao final do jogo, o depoimento dos próprios jogadores sublinha essa postura: muitos citaram nominalmente os reservas que, do banco, ajudaram com instruções e palavras de incentivo, exemplo típico de colaboração intangível, mas decisiva em finais apertadas.

Léo Nannetti
Léo Nannetti

O contexto do Maracanã lotado, com mais de 45 mil pessoas, não parecia intimidar o elenco rubro-negro, mas a pressão nas últimas voltas do cronômetro deixou evidente o peso de cada decisão tomada em campo. Quando Lorran abriu o placar, reacendeu a tradicional expectativa rubro-negra em finais, mas logo o Barcelona virou: Virgili e, nos acréscimos, Cortés, alteraram completamente o roteiro. No instante em que parte do estádio temia o fim da festa, emergiu o capitão Iago, símbolo de frieza e persistência, empatando na última bola e renovando as esperanças da torcida.

Essa reviravolta, fruto de persistência, não se resume ao gol salvador. Bastidores detalhados revelam que o time já trabalhava sua força emocional durante toda a preparação. Técnicos e atletas alternavam sessões de vídeo e conversas para fortalecer a confiança coletiva; o ambiente do vestiário foi pensado para estimular calma e concentração, tema recorrente nas entrevistas pós-jogo. Iago, por exemplo, reiterava sempre o papel do grupo na reação: “Nunca desistimos. Sabíamos que era possível até o fim”.

Flamengo sub-20, bicampeão mundial.
Flamengo sub-20, bicampeão mundial.

A construção do título rubro-negro ganharia, ainda, um protagonista improvável. Léo Nannetti, de 18 anos, já havia sido responsável por ao menos quatro defesas importantes contra o Barcelona no tempo normal — destaque para intervenções precisas diante de Kluivert, quando o adversário pressionava. No entanto, foi na disputa por pênaltis que sua performance entrou para a história: ao defender duas cobranças na série final, Nannetti assegurou o título e se mostrou grande símbolo dessa geração.

Manchetes podem resumir sua participação, mas há outro aspecto relevante: segundo fontes, Nannetti dedicou parte do seu treino pré-jogo exclusivamente à análise de tendências dos cobradores rivais, um detalhe dos bastidores de preparação empatado diretamente com a vitória. Sua atuação, elogiada inclusive por adversários, reforçou a máxima de que goleiros podem ser o divisor de águas em decisões de alto risco.

Bases sólidas para o futuro

No futebol de base, títulos como o bicampeonato mundial sub-20 do Flamengo são construídos sobre bases sólidas de preparação emocional, trabalho coletivo e aposta em protagonistas improváveis. O sucesso rubro-negro, além de confirmar o clube como referência formadora, sugere que, nos intervalos entre as luzes dos holofotes, é possível encontrar a verdadeira essência das grandes conquistas: o herói nem sempre é quem marca primeiro, mas quem, com entrega e estratégia, decide quando o palco parece prestes a ser desmontado.

Goleiro Léo Nannetti: muralha e estrela na disputa por pênaltis
Um título construído longe dos holofotes

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