Pedro no Flamengo: De contestado a top 10 do rubro-negro.

A partida de hoje contra o Internacional, no Beira-Rio, serviu como ponto final em qualquer dúvida sobre o jogador, colocando-o na lista de lendas do clube, no que tange artilharia.

CAMPEONATO BRASILEIRO

Por Redação do FH

8/18/20254 min ler

No cenário apaixonado do torcedor Rubro-Negro, poucos protagonistas chegaram com tanta expectativa quanto Pedro Guilherme. No ano de 2020 quando o Flamengo decidiu abrir os cofres: R$ 88,2 milhões investidos num atacante que carregava consigo o peso de ser, até então, a contratação mais cara da história rubro-negra. O povo esperava gols e de imediato, Pedro fez questão de não decepcionar.

Após semanas de polêmica, Pedro e Filipe Luís buscaram o diálogo e a reconciliação. O atacante reconheceu a necessidade de aprimorar sua postura, enquanto o técnico insistiu na importância da disciplina. Essa reaproximação foi decisiva: Pedro melhorou nos treinos, mostrou evolução em campo e passou a ser visto como exemplo de resiliência e profissionalismo

E hoje, pouco após a esse caldeirão de tensão que Pedro, como os verdadeiros grandes, colocou um ponto final em qualquer dúvida. Em um jogo complicado como foi o jogo contra o Internacional, nessa noite de 17 de agosto de 2025, provou-se necessário no ataque do Mengão. Dois gols, explosão da Nação, e um feito histórico: Pedro entrou para o seleto top 10 dos maiores artilheiros do Flamengo de todos os tempos.

Top 10 Maiores Artilheiros do Flamengo ATUALIZADO!

1- Zico - 508 gols

2- Dida - 254 gols

3- Henrique Frade - 214 gols

4- Pirilo - 209 gols

5- Romário - 204 gols

6- Gabigol - 161 gols

7- Jarbas - 152 gols

8- Bebeto - 150 gols

9- Leônidas da Silva - 148 gols

10- Pedro – 145 gols (superando Índio - 144 gols)

Além dos números, a idolatria de Pedro deve-se por ter sido fundamental nas campanhas vitoriosas recentes: artilheiro da Libertadores 2022 com 12 gols e peça-chave nas conquistas da Copa do Brasil de 2024. E seu impacto continua a extrapolar o campo, inspirando atletas e torcedores.

No Flamengo nem mesmo os craques que beiram a idolatria devem se acomodar. A dinâmica de um grande clube como este os testa, cada crise revela o quanto é vivo e pulsante o futebol. Pedro, depois do início reluzente, encontrou turbulências. Talvez isso só mostre que, nas páginas rubro-negras, brilhar e sofrer são verbos obrigatórios para quem quer fazer história com a 9 no peito.

Turbilhão emocional após volta de lesão.

Vestindo o manto sagrado, Pedro trouxe para o campo um futebol refinado, faro de gol apurado e calma de veterano. Cada bola que recebia parecia conversar com ele: ora domava com ternura, ora tratava como inimiga e a fuzilava para a rede. Em pouco tempo, já sentia que o Maraca sussurrava seu nome nos jogos decisivos. O início foi de cinema. Depois veio alguns episódios como o da Olimpíadas, onde o Flamengo não o liberou para participar da seleção que ganhou o ouro, a constante reserva para Gabigol também gerava incomodo nele.

Mas como o maior time do Brasil, tudo no Flamengo pulsa em intensidade, a calmaria é artigo de luxo. E em 2025 tudo pareceu piorar. Filipe Luís assumiu o comando técnico trazendo a serenidade dos sábios e, também, a franqueza dos que não engolem desaforo. Após retorno de lesão grave Pedro teve que lidar com críticas públicas de Filipe sobre a postura de Pedro nos treinos e cas críticas ecoaram pelo Ninho do Urubu. “Lamentável, beirando o ridículo”, disparou o técnico. A frase atravessou paredes, feriu egos e inflamou debates em rodas de torcedores, corredores da imprensa e até na mesa da família rubro-negra. Além disso, vazamentos sobre uma possível quantia para negociação de Pedro circularam e degradaram mais ainda o clima que não estava fácil.

Pedro não deixou barato. Reuniu-se com o elenco, escancarou os efeitos das fofocas sobre possíveis vendas e, com o espírito de quem já ouviu vaias e aplausos, disse que nunca se sentiu tão desrespeitado publicamente. O ambiente pesou, e até se especulou sobre sua permanência. Mas camisa pesada, às vezes, pede alma ferida.

Vieram as reuniões fechadas, os papos sinceros entre paredes e com a bola rolando, o próprio Pedro decidiu falar do único jeito que conhece: balançando as redes. Sua volta foi marcada por um gol decisivo contra o Fluminense, empurrando, mais uma vez, a rachadura do passado para o esquecimento, ao menos por ora.

André Rocha

é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.

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