Quais lições importantes podemos tirar de Flamengo x Bayern de Munique?

O Flamengo encerra sua participação na Copa do mundo de Clubes com a cabeça erguida. Apesar da derrota por 4 a 2 para o poderoso Bayern de Munique, é preciso reconhecer o contexto: o Rubro-Negro enfrentou uma verdadeira potência do futebol mundial, um time que representa o topo da pirâmide europeia — não apenas financeiramente, mas também em desempenho.

A campanha até ali já havia sido quase perfeita, com vitória convincente sobre o Chelsea, outro gigante europeu. Mas o Bayern, diferentemente de alguns clubes que vivem mais de nome e orçamento, mostrou em campo porque é considerado elite. Ainda assim, o Flamengo teve momentos de protagonismo. Sob comando de Filipe Luís, o time brasileiro conseguiu equilibrar o jogo em alguns trechos, principalmente no início do segundo tempo, quando conseguiu pressionar e até controlar o adversário por alguns minutos.

É verdade que os alemães abriram dois gols com menos de dez minutos, o que complicou bastante a situação. Mas o Flamengo não desmoronou. Mostrou força mental, organização e até domínio parcial em certos momentos. E isso contra um time que parece jogar como se estivesse regulando a intensidade, como se ligasse e desligasse o "modo elite" conforme a necessidade — o que só engrandece ainda mais a atuação rubro-negra.

Claro que há lições duras: a elite europeia está um ou dois patamares acima, e não dá para errar contra esse tipo de adversário. Mas o Flamengo teve méritos ao não permitir uma goleada histórica e, mais do que isso, ao mostrar que contra a “classe média” da Europa — como Chelsea, Benfica ou Porto — o futebol brasileiro ainda pode brigar de frente.

Filipe Luís, aliás, sai valorizado. Sua leitura de jogo e a maneira como preparou o time para enfrentar um desafio desse porte merecem elogios. O Flamengo soube competir, teve coragem e mostrou que, embora o topo do futebol mundial ainda seja inalcançável, a distância para muitos gigantes não é tão absurda quanto parece.

Se o objetivo era sair com respeito, o Flamengo conseguiu. Agora, é seguir o trabalho com ambição e maturidade, porque essa experiência no Mundial pode ser o primeiro passo para voltar ainda mais forte.

André Rocha

é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.