
Do Gramado ao Comando: A Memória de 2019 Impulsiona Filipe Luís em Novo Duelo Contra o Internacional
LIBERTADORES
Por Redação do FH
8/12/20254 min ler


Quando Flamengo e Internacional pisarem no gramado do Maracanã para o primeiro jogo das oitavas de final da CONMEBOL Libertadores, um homem na área técnica rubro-negra terá uma visão privilegiada e única do confronto. Para o técnico Filipe Luís, este não é apenas mais um jogo eliminatório. É um reencontro com um capítulo decisivo de sua própria história, uma batalha que ele já travou e venceu de dentro do campo.
O Beira-Rio, a Pressão e a Glória nos Pés de Gabigol
Uma semana depois, o cenário era o Beira-Rio, um caldeirão colorado. O Internacional precisava reverter o placar e partiu para o ataque, impondo uma pressão imensa sobre a defesa do Flamengo. Foi um teste de fogo para a retaguarda rubro-negra, da qual Filipe Luís era um dos pilares.
O momento mais crítico veio aos 17 minutos do segundo tempo, quando Rodrigo Lindoso abriu o placar para o Inter. O gol incendiou o estádio e deixou o time gaúcho a um passo de levar a decisão para os pênaltis. Naquele instante, a experiência e a calma de jogadores como Filipe Luís foram cruciais para que a equipe não desmoronasse.
A vaga, que parecia ameaçada, foi selada aos 40 minutos. Em um contra-ataque letal, Bruno Henrique serviu Gabigol, que com um toque sutil, empatou a partida e silenciou o estádio. O gol não apenas garantiu a classificação, mas foi a personificação da maturidade daquele time: saber sofrer, resistir à pressão e ser decisivo no momento certo.
Da Chuteira à Prancheta: O Desafio de Replicar a Fórmula
Seis anos depois, o ex-lateral tem a missão de transmitir essas mesmas lições aos seus comandados. A experiência de ter vivido aquele confronto de dentro para fora é, sem dúvida, seu maior trunfo.
A Vantagem da Experiência
Nenhum vídeo ou palestra tática pode substituir a vivência. Filipe Luís sabe o que os jogadores sentirão no Maracanã e, principalmente, a atmosfera que os espera no Beira-Rio. Ele pode preparar o time não apenas taticamente, mas mentalmente, para a pressão, a catimba e a intensidade que um jogo dessa magnitude exige. Ele conhece o caminho.
Sua autoridade para falar sobre o que é preciso para vencer o Internacional em uma eliminatória de Libertadores é inquestionável, pois ele não apenas ouviu falar; ele executou. Isso cria uma conexão de confiança imediata com o elenco.
O Peso da História e a Nova Realidade
Apesar da memória positiva, o desafio agora é outro. Como técnico, sua responsabilidade é infinitamente maior. Ele não controla apenas a lateral-esquerda, mas cada peça do tabuleiro. O histórico geral do confronto, que mostra um equilíbrio com leve vantagem para o Internacional (39 vitórias contra 37 do Flamengo em 108 jogos), serve como um lembrete de que o favoritismo não entra em campo.
A grande questão é se o técnico Filipe Luís conseguirá usar o roteiro vencedor do jogador Filipe Luís. A fórmula de 2019 — solidez defensiva, paciência para construir o resultado em casa e inteligência para suportar a pressão e ser letal fora — parece ser o mapa do tesouro.
Este confronto, portanto, é mais do que uma vaga nas quartas de final. É a chance de Filipe Luís fechar um ciclo, provando que a inteligência que o consagrou com as chuteiras nos pés pode ser igualmente vitoriosa com a prancheta nas mãos.
A Batalha de 2019: A Visão de Dentro do Campo


Em 2019, na campanha que culminaria no bicampeonato da América, o Internacional foi o adversário nas quartas de final. Filipe Luís, então lateral-esquerdo titular, foi peça-chave naquele time. Agora, seis anos depois, ele comanda a equipe do lado de fora, com o desafio de usar a memória e a experiência daquela conquista para guiar seus jogadores rumo à mesma glória. O duelo, portanto, transcende a tática e a técnica; ele se torna pessoal.


Relembrar o confronto de 2019 é fundamental para entender o que se passa na mente do atual comandante do Flamengo. Aqueles foram 180 minutos de pura tensão, estratégia e resiliência, características que certamente moldaram a filosofia do ex-jogador.
Tensão no Maracanã e a Explosão de Bruno Henrique
O primeiro ato daquele duelo aconteceu em um Maracanã pulsante. O jogo foi tenso, estudado e amarrado por 75 minutos. O Flamengo pressionava, mas o Internacional, bem postado, resistia. A ansiedade crescia nas arquibancadas e no campo. Filipe Luís, posicionado na defesa, vivenciou a dificuldade de furar o bloqueio gaúcho e a necessidade de manter a solidez defensiva para não sofrer um gol fatal em casa.
A tranquilidade só veio na reta final, e em dose dupla. Foi dos pés de Bruno Henrique, em duas arrancadas fulminantes, que saíram os gols da vitória por 2 a 0. O placar, construído nos minutos finais, deu ao Flamengo uma vantagem considerável, mas todos sabiam que a verdadeira prova de fogo aconteceria no jogo de volta.


André Rocha
é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.
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