
Flamengo supera o Internacional e mostra força de líder em Porto Alegre.
Após momentos de incertezas, o Flamengo volta a ganhar jogando de forma convincente e inteligente. Confira a análise sobre esse importante duelo.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Por Redação do FH
8/18/20255 min ler


Em noite de incertezas, vindo de outros três confrontos seguidos contra uma mesma equipe, com vitórias magras e eliminação na Copa do Brasil, o torcedor flamenguista esperava ver uma outra postura contra o Internacional, em Porto Alegre. Ainda mais depois de anunciadas as escalações das equipes. O rubro-negro não entrou para cumprir tabela, muito menos para testar a sorte. Com seu time titular, claramente voltado a consolidar a liderança do Campeonato Brasileiro, o Flamengo trouxe algo especial já na escalação: Saúl ao lado de Jorginho, uma dupla de volantes que a torcida passou semanas desejando ver desde as rodadas anteriores. Do outro lado, um Internacional de olho em outro objetivo – arriscar pouco no nacional para ousar tudo no jogo seguinte da Libertadores. A estratégia colorada era explícita: quase todo o time reserva em campo, apenas Aguirre como sobrevivente do duelo de ida.
Substituições que mudaram o roteiro da noite
No segundo tempo, Inter tentou mexer na dinâmica, apostando em três mudanças de uma vez para tentar surpreender. O enredo, no entanto, permaneceu sob controle do Flamengo. Filipe Luís, atento, respondeu sacando Pedro e lançando Gonzalo Plata em campo. O jovem não teve tempo para sentir o clima: minutos depois de sua entrada, aproveitou passe em velocidade e anotou o terceiro gol, colocando ponto final precoce à esperança colorada.
Daí em diante, o Flamengo jogou com maturidade, esfriando as ações e, quando podia, girando a bola para garantir minutos a mais de tranquilidade. Nos acréscimos, Borré descontou para o Internacional, mas já não havia mais fôlego nem tempo para reação.
A noite das marcas históricas e um recado forte para o rival
A cada jogo, o Flamengo parece ampliar não só números e estatísticas, mas protagonismo e ambição. Na noite do Beira-Rio, Arrascaeta chegou à sua centésima assistência pelo clube, número raro no futebol brasileiro recente. Pedro, autor dos dois primeiros gols, tornou-se um gigante eterno: agora, integra o top 10 de artilheiros da história do Flamengo com 145 gols vestindo o manto sagrado.
Esses números ecoam além do placar. São marcas de uma geração que coleciona conquistas e protagoniza capítulos importantes para a história do clube mais popular do Brasil. O resultado não só fortalece a campanha rubro-negra no Brasileirão, consolidando a liderança com 43 pontos – seis à frente do Cruzeiro –, mas também leva confiança total para o reencontro, já na próxima semana, contra o mesmo Internacional. Desta vez, tudo em jogo pela Libertadores.
Análise tática: por que esse Flamengo é favorito onde pisa
Não é só elenco, nem apenas camisa. O Flamengo atual mistura base titular entrosada, experiência internacional e peças que decidem. O encaixe de Saúl e Jorginho na “volância” trouxe mais equilíbrio, especialmente na saída de bola, e permitiu que Arrascaeta circulasse por dentro com liberdade. Os pontas, mobilidade total. Os laterais, linha de ultrapassagem constante. E, quando necessário, o time soube desacelerar, mostrando um amadurecimento coletivo raro nos grandes clubes.
O Internacional, limitado por objetivos diferentes , não conseguiu impor dificuldades. Vale registrar o respeito à tradição colorada, pois jogar no Beira-Rio nunca é simples, independente do momento. Mas a noite foi, do começo ao fim, rubro-negra.
O que esperar do Flamengo nas próximas rodadas?
Com moral elevado, elenco em crescimento e recordes individuais sendo quebrados, o Flamengo olha para o horizonte com ambição de quem quer mais. O Campeonato Brasileiro segue longo, mas vencer confrontos diretos, ainda mais fora de casa, mostra que o time está pronto para grandes batalhas, inclusive na Libertadores. A vitória no Beira-Rio deixa claro: o rubro-negro quer escrever seu nome, mais uma vez, entre os grandes campeões do Brasil.
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A inteligência do controle de jogo.


Flamengo logo de cara mostrou que não estava brincando.
Nenhum dos lados se escondeu nos minutos iniciais. O Inter, mesmo com reservas, buscou intensidade e vontade para provar seu espaço. Mas a experiência do Flamengo se impôs com naturalidade: intensidade com cabeça fria. Aos seis minutos, a primeira faísca da noite. Arrascaeta, aquele que enxerga linhas que nem aparecem nas transmissões, acionou Varela com precisão. O lateral-direito, atento, só escorou para o meio da área. Ali estava Pedro e, recuperando a sua confiança conseguiu um voleio seco, bonito, impossível para Anthoni defender. Golaço e 1 a 0.
O Flamengo não se limitou a comemorar. Aos dez minutos, Saúl, na função que muitos torcedores pediram, surgiu como elemento surpresa na área, mandando um chute perigoso no canto direito. Ficava a impressão clara: o time sabia que a noite era para matar o jogo cedo, liquidar a fatura e evitar sustos desnecessários.
A busca pelo controle continuou. Em mais uma bola recuperada, Luiz Araújo achou Samuel Lino escapando pela ponta. O atacante foi até o fundo, tocou para Arrascaeta que, sem hesitar, serviu Pedro de novo. O camisa nove só teve o trabalho de concluir com categoria, deixando claro que o entrosamento estava afiado. Segundo gol e mais pressão aliviada nas arquibancadas, nas casas, nas ruas do Brasil inteiro. Ali estava um Flamengo caminhando com autoridade em pleno Beira-Rio.


Nós torcedores sempre queremos ver o time indo para cima, marcando o máximo de gols possíveis, mas convenhamos, nesse cenário apertado com o jogo controlado e no meio de sequências apertadas de partidas o mais inteligente foi ir com calma. Após o segundo gol tão cedo, a instrução técnica ficou clara: tirar um pouco o pé do acelerador, afinal o flamengo estava com o time titular e o inter preservando o seu. Com a possibilidade de controlar o jogo, preservar o time era o ideal a ser feito.
O Internacional, sentindo o peso do desentrosamento, pouco ameaçou. A equipe colorada tentava se reorganizar, mas via as transições do Flamengo fluírem, principalmente quando os pontas se alternavam com os laterais e confundiam a marcação gaúcha. O meio-campo, bem protegido pela dupla de volantes e encorpado pelo talento de Arrascaeta, fazia a bola girar com segurança.
O adversário, ainda que em noite discreta, chegou a assustar no fim do primeiro tempo em duas oportunidades: primeiro, com Clayton Sampaio cabeceando perigosamente após escanteio, tirando tinta da trave de Rossi; depois, finalização a queima roupa de Alan Benítez obrigando o goleiro rubro-negro a mostrar reflexo fechando muito bem o ângulo da batida.


André Rocha
é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.
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