Como Filipe Luís escolherá o substituto de Arrascaeta de acordo com seu plano de jogo.

Flamengo sem Arrascaeta: como Filipe Luís organiza o plano de jogo e como isso influenciará na escolha do substituto para enfrentar o Internacional

LIBERTADORES

Por Redação do FH

8/14/20254 min ler

A suspensão de Giorgian De Arrascaeta para o duelo de ida das oitavas da Libertadores contra o Internacional, no Maracanã, coloca a comissão técnica diante de uma decisão com impacto direto no desempenho coletivo. Ao mesmo tempo, o trabalho de Filipe Luís vem consolidando mecanismos claros — zagueiros como primeiros articuladores, um “meio” propositalmente menos povoado e a dinâmica do terceiro homem — que orientam as escolhas individuais sem descaracterizar o modelo. O desafio, portanto, é combinar necessidade e coerência: preservar o que já funciona e encontrar o perfil que melhor executa a função deixada pelo uruguaio.

Chaves do jogo no Maracanã

Alguns pontos de controle ajudam a medir se a escolha individual se encaixou no coletivo:

  • Circulação desde a base: a qualidade dos passes verticais dos zagueiros e a rapidez para acionar os pontas em vantagem.

  • Igualdade no último terço: frequência de situações 4 contra 4 e a eficiência das tomadas de decisão nesses momentos.

  • Terceiro homem: número de apoios de Pedro que resultam em recepções limpas de quem chega de frente (Wallace, Plata ou Araújo).

  • Coberturas no “meio vazio”: coordenação dos dois meias da base para fechar linhas e acelerar a recuperação pós‑perda.

  • Sinergia na direita: manutenção do volume de duelos de Plata e a qualidade das ultrapassagens de Varela/Emerson Royal.

A decisão de Filipe Luís envolve ritmo, conteúdo tático assimilado e impacto no ataque, sem perder de vista a proteção ao modelo. A leitura recorrente aponta que manter Plata na direita e posicionar Wallace Yan por dentro maximiza o que já funciona, reduzindo o custo de adaptação em jogo eliminatório. Araújo oferece poder de decisão; Carrascal e Saúl pedem tempo de treino para entregar o que o plano exige sem a bola.

O adversário vive fases de oscilação, mas isso não reduz a exigência do confronto. No Maracanã, a vantagem se constrói com coerência de ideias: zagueiros como primeiros construtores, meio propositalmente esvaziado para abrir linhas e a dinâmica do terceiro homem como atalho para finalizar em melhores condições. A escolha do substituto de Arrascaeta é peça importante dessa engrenagem, mas o desempenho coletivo — e sua fiel execução — tende a ser o fator determinante.

Como o modelo orienta a escolha do substituto

Saúl, Carrascal, Arrascaeta e Luiz Araújo em treino.
Saúl, Carrascal, Arrascaeta e Luiz Araújo em treino.

Onde assistir ao jogo do Flamengo hoje?

A partida terá transmissão em TV aberta pela TV Globo, em TV fechada pela ESPN e por streaming no Disney+ e no Globoplay. A bola rola às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, no Rio de Janeiro.; o jogo de volta ocorre em 20 de agosto, às 21h30, no Beira-Rio. Os jogos também terão opção de streaming no Disney+, além de cobertura minuto a minuto em portais esportivos

O desenho tático: zagueiros articuladores, “meio vazio” e terceiro homem

A proposta recente privilegia a construção desde a primeira linha e acelera a progressão com poucos toques. Nesse contexto, o setor central “menos povoado” não é um vazio de ideias, mas um recurso para criar linhas de passe, abrir corredores e induzir decisões na última linha adversária.

  • Zagueiros como articuladores: a saída de bola passa por defensores com boa leitura e passe vertical, encurtando o caminho até o terço final sem exigir um armador fixo recuado.

  • Organização em 4-2-4: largura com pontas, dois meias em base para cobrir e acelerar a transição, e dupla à frente para atacar profundidade e entrelinhas.

  • Dinâmica do terceiro homem: apoios de costas e devoluções rápidas para quem chega de frente, coordenando tempo e espaço para romper compactações.

Esse arcabouço permite que o Flamengo mantenha verticalidade e chegue ao último terço com igualdade numérica, transformando recepções entre linhas em finalizações ou cruzamentos de melhor qualidade.

A pergunta que pauta a semana é direta: quem ocupa a função de Arrascaeta no jogo de maior exigência? As alternativas têm implicações diferentes para a circulação da bola, a pressão pós-perda e a ocupação dos espaços.

Com Arrascaeta fora, a decisão tende a seguir o princípio de manter as conexões que já sustentam o desempenho recente:

  • Manter Plata na direita preserva um setor produtivo com Varela/Emerson Royal, oferecendo largura, apoios curtos e diagonais de profundidade.

  • Com Plata fixo no lado, Wallace Yan por dentro conserva a lógica do “terceiro homem”, aproximando-se de Pedro para as tabelas e atacando o intervalo entre zagueiro e lateral.

  • Se a opção for Araújo, o ganho está no volume de finalizações e na bola parada, desde que a estrutura de pressão e compensações no corredor central se mantenha estável.

  • Carrascal e Saúl agregam perfil técnico e chegada, respectivamente, mas ambos dependem de mais sessões de treino para internalizar os mecanismos de pressão, cobertura e temporização sem a bola.

Em todos os cenários, a manutenção de Pedro como referência é central. O centroavante sustenta contato, atrai zagueiros e serve de pivô para acionar o terceiro homem, elemento-chave do plano.

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André Rocha

é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.