
Eliminação do Flamengo se deve a escalações diferentes? Para Filipe Luís não. Confira o que foi dito.
O Quebra-Cabeça de Filipe Luís: Um Problema de Time Grande.
COPA DO BRASIL
8/7/20254 min ler


Um Retrato do Futebol Moderno e as Escolhas Difíceis de Filipe Luís
A eliminação do Flamengo na Copa do Brasil, ontem a noite dia 6 de agosto de 2025 na Arena MRV, fez os torcedores rubro-negros acordarem com uma ressaca futebolística. E no centro de toda a polêmica, uma pergunta martela: por que Filipe Luís escalou aquele time? Longe da formação dos sonhos que qualquer rubro-negro recitaria de cor, o que se viu em campo foi um retrato fiel das dores de ser um time grande do futebol de alto rendimento hoje em dia: participar de muitas competições.
Na coletiva, o treinador não fugiu da raia. Com a calma de quem sabia exatamente o que estava fazendo, ele abriu o jogo. A escalação não foi uma simples escolha tática, mas a peça final de um quebra-cabeça complexo, montado à força por lesões, pela necessidade de gerenciar o elenco e pela adaptação dos novos reforços. Foi uma noite em que a estratégia de longo prazo falou mais alto que a urgência de um jogo só, por mais decisivo que fosse.
Por que os Craques Ficaram de Fora?
A primeira coisa que saltou aos olhos foi a ausência de duas peças-chave no ataque: Bruno Henrique e Luiz Araújo. O clube logo soltou uma nota oficial, e o motivo não era uma lesão de última hora. A palavra de ordem foi "controle de carga".
Pode frustrar a torcida, que sempre quer força máxima, mas essa é a realidade de quem joga uma maratona de competições. A comissão técnica olhou para o calendário e fez uma aposta: era melhor poupar os dois agora do que arriscar uma lesão muscular que os tiraria do time por semanas, comprometendo o Brasileirão e a Libertadores. É a velha máxima do futebol moderno: a temporada é uma guerra, e às vezes é preciso sacrificar uma batalha para não perder o exército.
Escalação inicial do Flamengo. Fonte: Sofascore.
Sua presença no banco era um sinal, uma carta na manga para um cenário de desespero. Mas a prioridade foi clara: preservar o camisa 14. Mais um ponto para a tese de que, naquela noite, a gestão de risco físico foi a verdadeira escalação do Flamengo.
Bancando a Estratégia: Um Time para Vencer com o que Tinha
Apesar de tudo, Filipe Luís fez questão de bancar sua decisão. Ele não escalou um time para empatar ou se defender. Montou a equipe que, na sua visão, tinha as melhores condições de executar o plano e vencer o jogo, e o bom primeiro tempo mostrou que a ideia tinha fundamento.
No fim das contas, a escalação do Flamengo foi um banho de realidade. Deixando o clubismo de lado e pensando com a razão e até com um olhar consolador, precisamos entender que ontem o que tivemos foi um time que representava as circunstâncias, não o ideal. O resultado, claro, abre margem para o debate. Talvez com um ou outro nome diferente a história também fosse diferente. Mas é impossível negar que as escolhas foram pensadas, calculadas e alinhadas com os desafios que só um clube do tamanho do Flamengo enfrenta.
Confira essa e outras pautas debatidas na entrevista do técnico nesse vídeo da Flamengo TV:
O Dilema dos Recém-Chegados
Se faltava gente de um lado, sobrava expectativa do outro. A torcida estava louca para ver em campo os reforços de peso vindos da Europa: Samuel Lino, Emerson Royal e Saúl Ñíguez. Todos estavam no banco, mas por que não começaram jogando?
Filipe Luís explicou o óbvio que às vezes esquecemos: eles tinham acabado de voltar de férias na Europa. Não tinham ritmo para aguentar 90 minutos de um jogo eliminatório no Brasil. A estratégia foi clara: era melhor tê-los inteiros por 30 minutos do que "quebrados" após uma hora em campo. E não era exagero. A própria imprensa espanhola, como o jornal AS, cravou que a estreia de Saúl e Lino foi "aciaga" (infeliz, desafortunada). A decisão de Filipe, então, foi proteger seus novos ativos, mesmo que isso custasse não ter as "armas secretas" desde o início.
Arrascaeta no Limite
Para fechar a conta das dores de cabeça, o maestro Arrascaeta sentiu um desconforto. Ele foi para o jogo, ficou no banco, mas a comissão técnica pisou no freio. Colocar o cérebro do time em campo "no sacrifício" seria um tiro no pé em dose dupla: o risco de agravar a lesão era enorme e, obviamente, ele não renderia tudo o que pode.



André Rocha
é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.
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