Pós-jogo: Atlético MG x Flamengo. MAIS DO MESMO: Domínio no primeiro tempo, queda de rendimento no segundo e poucos gols.

Flamengo demonstra evolução, mas cai novamente de rendimento no segundo tempo e está eliminado da Copa do Brasil de 2025. Confira a análise pós-jogo.

COPA DO BRASIL

8/7/20254 min ler

11 iniciais no jogo de volta contra o Atlético MG pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2025.
11 iniciais no jogo de volta contra o Atlético MG pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2025.

Na noite de 06/08/2025 às 19 horas houve o apito inicial da partida que decidiria as oitavas de final da Copa do Brasil entre Atlético MG e Flamengo. Partida de ida, no Maracanã, vitória do galo por 1x0 em falha de Léo Pereira. Dessa forma o Mengão tinha que tirar essa vantagem que não era tão grande, mas incomodava por ter perdido em casa.

Primeiro tempo exemplar

Mesmo com a Arena MRV cheia, torcida rival participativa fazendo uma bela festa, o flamengo não sentiu no início da partida. Mais uma vez o Flamengo começou dominando o jogo, mesmo na casa do adversário. A princípio parecia só querer acalmar os ânimos do adversário, mas demonstrou estabilidade na marcação e controle de bola até o final do primeiro tempo. Primeiro tempo marcado por boas atuações como a de Léo Ortiz que além de mais uma vez cumprir muito bem sua função defensiva, com importantes desarmes e afastando bolas perigosas, distribuiu o jogo muito bem com passes precisos de longa distância, explorando as alas do campo, uma vez que não tinha um meio de criação em campo, pois Arrascaeta foi poupado inicialmente.

Pedro parecia tecnicamente incomodado jogando de falso 9, porém foi mais participativo, fez o que pôde conseguindo ainda dar dois chutes perigosos para fora – um deles perdendo uma incrível chances que não costumava perder – taticamente foi muito importante, inclusive puxando a marcação e gerando espaço para o primeiro gol do Flamengo. Gol que saiu dos pés de um jogador que vinha sendo criticado pelo seu desempenho, mas que demonstrou muita vontade e dedicação começando de titular. Everton Cebolinha correu desde o início, ajudou na marcação, tentava jogadas individuais e quando recebeu um lindo passe de Gonzalo Plata, que até então não estava muito bem na partida, não desperdiçou: deixou o zagueiro no chão e marcou um belo gol aos 23 minutos do primeiro tempo, anulando a vantagem do time mineiro. Finalmente o domínio se transformou em gol contra o galo.

Tudo indicava que o Flamengo facilmente conseguiria ampliar o placar. O Atlético MG bem anulado, conseguindo dar apenas chutes sem perigo de fora da área, demonstrava muito nervosismo ao final do primeiro tempo, tanto em seu técnico nervoso a beira do gramado, quanto ao escorregão de seu goleiro e até mesmo Hulk “batendo cabeça” com seu colega de time no meio de campo. Além disso, o Flamengo teve outras boas chances ainda no primeiro tempo. Aos 30 minutos Cebolinha chutou uma falta de muito longe que chegou a beijar a rede pelo lado de fora, porém o goleiro Everson já estava nela se fosse ao gol. Pedro perdeu uma grande chance nos acréscimos do primeiro tempo, após uma bola área ter sido rebatida e sobrar no pé do atacante, nos tempos áureos era gol. Enfim, acabou o primeiro tempo.

Segundo tempo assustador com a volta do Fantasma da Queda de Rendimento

No segundo tempo veio MAIS DO MESMO das últimas partidas do Flamengo. O fantasma da grande queda de rendimento apareceu hoje novamente. Jogar com uma marcação tão intensa desde o início e tentando atacar o tempo todo é muito bom, mas podem ser motivos de cansaço dos atletas, ou mesmo voltam desligados e frios do vestiário, o fato é que Filipe Luís tem que descobrir a cura para esse mal. Independentemente do motivo o Atlético MG aproveitou e cresceu na partida.

Com a partida mais equilibrada o Flamengo sofreu mais ataques, com Rossi mostrando que ele é um grande goleiro, apesar das recentes falhas, inclusive no jogo anterior a esse contra o Ceará pelo Campeonato Brasileiro no último final de semana. Scarpa levou perigo em um chute que parou no travessão, Hulk especialmente no final do segundo tempo fez infiltrações perigosas na área rubro-negra. Do lado do Mais Querido destaque positivos apenas para Rossi, e o fôlego do Varela até os minutos finais. Muito diferente das atuações de Evertton Araújo que apesar de ter preenchido muito bem os espaços na marcação, não conseguia jogar com bola no pé errando quase todas as ações, mesmo passes simples, e também Wallace Yan que apesar de um bom primeiro tempo teve um segundo tempo displicente para esquecer: a bola chegava em seus pés e morria a jogada com decisões lentas pouca intensidade e muita marra. Fim de partida empate e decisão nas penalidades máxima direta, sem prorrogação.

Final decepcionante e o que fazer para melhorar.

Arrascaeta, Jorginho e Saúl começaram e converteram suas cobranças. Rossi conseguiu pegar o pênalti de Alonso do galo. E após isso veio a dolorosa defesa de Everson no chute de Samuel Lino e o chute para fora de Wallace Yan – ao jogar a bola para cima e dominar de cabeça, talvez tentando demonstrar uma personalidade de quem não sente pressão, demonstrou muito o contrário, trazendo-me o mal presságio ao lembrar de Eder Militão pela Seleção Brasileira na última Copa América. Aconteceu o mesmo. Ao final, após essa derrota desclassificação nos resta foco total na Libertadores e Brasileirão, mas com muita dedicação de Filipe Luís para mudar a velha história, muito domínio, poucos gols e segundo tempo bem abaixo.

Confira também:

André Rocha

é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.