Flamengo pronto para o duelo decisivo contra o Internacional na Libertadores

A trajetória recente do Flamengo na Libertadores destaca o time como protagonista em mais uma fase crucial. Com a vantagem obtida no Maracanã, o rubro-negro chega ao Beira-Rio para enfrentar o Internacional em busca da vaga nas quartas de final, sustentando uma sequência invicta e a confiança de um elenco experiente. Nesse contexto, análise tática, desempenho coletivo e nervosismo de mata-mata se misturam num cenário que promete grandes emoções para a torcida e exige serenidade dos protagonistas.

Raio-X do Internacional

A resposta colorada ao placar adverso se baseia em história, torcida e necessidade. A expectativa de uma atmosfera intensa no Beira-Rio serve como combustível para um Internacional que precisa vencer por dois gols para avançar sem pênaltis (um gol de diferença leva a decisão para as penalidades). O treinador Roger Machado conta com o retorno de nomes experientes como Vitão e Aguirre, além da aposta em Alan Rodríguez para reforçar o meio, sinalizando uma equipe mais robusta defensivamente e veloz na transição.

Entre as apostas do Inter, destaca-se Ricardo Mathias, jovem atacante que marcou duas vezes no duelo mais recente do time pelo Brasileirão, mostrando poder de decisão em grandes jogos. No duelo anterior pela Libertadores, Mathias foi responsável pelas principais chances coloradas na etapa final, representando ameaça real à defesa rubro-negra.

Vale ressaltar também o aspecto motivacional: a classificação para as quartas não é apenas simbólica — o avançar de fase representa premiação de US$ 1,7 milhão (R$ 9,18 milhões), meta financeira e esportiva estratégica para ambos os lados.

Pré-jogo

Tudo isso compõe um roteiro digno dos grandes matas-matas da América do Sul. O Flamengo chega embalado por cinco partidas de invencibilidade e é líder do Campeonato Brasileiro, mostrando consistência na temporada. Do outro lado, o Internacional aposta no fator casa, no apoio massivo das arquibancadas e numa atuação coletiva acima da média para reverter a vantagem adversária.

Para o torcedor conectado, o confronto conta com cobertura multiplataforma. O jogo acontece às 21h30 (horário de Brasília), no Estádio Beira-Rio, Porto Alegre. A partida será transmitida ao vivo pela Globo (TV aberta), ESPN (TV fechada) e Disney+ (streaming on-line). A arbitragem será do uruguaio Esteban Ostojich, acompanhado por Carlos Barreiro e Agustín Berisso, com Andrés Cunha no VAR.

As prováveis escalações apontam para:

• Flamengo: Rossi; Varela (Emerson Royal), Léo Ortiz, Léo Pereira, Alex Sandro; Jorginho, Allan (Everton Araújo), Arrascaeta; Plata, Samuel Lino e Bruno Henrique (Pedro).

• Internacional: Rochet; Aguirre, Vitão, Juninho, Bernabei; Thiago Maia, Alan Rodríguez, Alan Patrick, Bruno Tabata (Carbonero), Wesley; Ricardo Mathias.

Assim, o clima é de decisão no Beira-Rio: o Flamengo depende do seu equilíbrio, experiência e ofensividade para confirmar a vantagem; o Internacional, do poder da torcida e de uma atuação impecável. Um duelo em que cada detalhe pode definir o futuro na Libertadores.

Estratégias e ajustes de Filipe Luís

O último encontro entre Flamengo e Internacional, pelas oitavas da Libertadores, foi marcado por uma atuação de alto controle tático da equipe carioca. No Maracanã, o Flamengo venceu por 1 a 0 graças a uma jogada aérea bem trabalhada e ao cabeceio certeiro de Bruno Henrique, que balançou a rede aos 28 minutos do primeiro tempo. Este detalhe numérico — 66,5% de posse de bola, dominância no campo adversário e mais finalizações (11, sendo 4 no alvo) — evidencia a maturidade do time de Filipe Luís ao saber jogar com e sem a bola, elemento vital em confrontos mata-mata.

Reformular a narrativa desse duelo significa destacar que o Flamengo foi mais eficiente em converter sua proposta em resultado, mesmo diante de um Internacional aguerrido, apoiado por Rochet no gol e pela mobilização dos colorados. No segundo tempo, o adversário subiu de produção, mas a defesa rubro-negra se manteve sólida, mostrando que o time tem aprendido a sustentar resultados sob pressão, algo essencial em competições continentais.

Essa vantagem mínima, porém, não garante tranquilidade plena: a disputa no Beira-Rio carrega o peso do jogo mental, em que a força da torcida adversária — com os 48 mil esperados na arquibancada — pode influenciar o ritmo e a condução da partida. O Flamengo precisará atuar com concentração absoluta, evitando a armadilha de administrar em excesso uma vantagem tênue e se mantendo fiel ao seu DNA ofensivo, mas equilibrado.

Chegar à fase aguda da Libertadores impõe desafios que vão além do talento individual. O comando de Filipe Luís se revela na capacidade de ajustar o time às circunstâncias do jogo. No duelo de ida, a escolha pela posse de bola e pressão inicial serviu tanto para controlar o relógio quanto para desnortear o Internacional, impedindo-o de encaixar sua saída de jogo. Os números confirmam: o Flamengo sofreu apenas cinco finalizações totais, mostrando efetividade defensiva mesmo com uma linha de defesa remontada em parte por suspensões e lesões recentes.

A solidez do sistema passa também pelo novo momento do meio-campo rubro-negro. A presença de Allan e Jorginho tem dado fluidez à saída de bola, enquanto a articulação pelos lados permite à equipe acelerar transições quando necessário. Saúl, peça recém-chegada, mostrou personalidade em sua estreia, alternando funções e qualificando a posse sob pressão adversária — uma nuance estratégica que pode ser ainda mais relevante fora de casa, diante do calor do Beira-Rio.

O treinador sabe que o empate o classifica, mas o retrospecto recente favorecendo o Flamengo, inclusive com vitória sobre o Inter também no Brasileirão, recoloca o desafio de manter a fome competitiva e evitar o relaxamento natural de quem joga pelo resultado.

André Rocha

é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.

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