
O enigma do segundo tempo: por que o Flamengo oscila quando está na frente do placar?
Filipe Luís explica por que o rendimento do Flamengo cai no segundo tempo quanto tem a vantagem no placar, entenda!
LIBERTADORES
Por Redação do FH
8/15/20254 min ler


O recorte da vitória por 1 a 0 sobre o Internacional recolocou em pauta a oscilação do Flamengo após o intervalo. Na coletiva, Filipe Luís descreveu um padrão que tem se repetido quando a equipe está em vantagem: o adversário ajusta, o Flamengo mantém a estrutura, e a combinação de erros técnicos, excesso de pressa com a bola e distâncias maiores entre setores reduz o controle do jogo. A partir do que o treinador relatou, é possível mapear causas operacionais e sinais de correção.
Onde o rendimento caiu: quatro pontos operacionais
Pelo relato do treinador, a queda de desempenho na etapa final se concentrou em quatro aspectos interligados, todos com efeito direto na posse e no controle:
Erros técnicos individuais: o time cometeu falhas que interromperam sequências de passe e “tiraram o domínio”. Isso dificultou a saída e alimentou a pressão adversária.
Excesso de verticalidade após o roubo: a equipe acelerou quase sempre que recuperou a bola. Essa escolha, sem reconstruir a estrutura de apoio, aumentou o número de ataques precipitados e devolveu a posse ao Inter.
Falta de paciência para reorganizar a posse: o treinador apontou ausência de calma para “montar a estrutura” antes de atacar. Sem essa pausa, o time perdeu a capacidade de controlar o ritmo.
Distâncias e equipe “partida”: nas transições, o Flamengo ficou mais espaçado. O desencaixe entre setores fragmentou a equipe e tornou mais difícil reencontrar a organização inicial.
Filipe Luís associou esse comportamento a um contexto específico: a vantagem no placar. Na avaliação dele, a queda recorrente no segundo tempo costuma aparecer quando o time está ganhando por margem curta.
Confronto aberto e orientação para os próximos jogos
Filipe Luís classificou a vantagem como pequena e deixou claro que o confronto segue aberto. A orientação é manter a busca pela vitória no jogo de volta, ao mesmo tempo em que o time precisa defender a liderança no Campeonato Brasileiro. O treinador afirmou que pretende usar força máxima nas partidas, ponderando recuperação física e plano de jogo.
Em paralelo, reiterou dois princípios que ajudam a contextualizar a discussão sobre o segundo tempo: a competitividade do calendário — que torna raras as partidas de placar elástico — e a valorização de vitórias por margens mínimas. Na explicação dele, cada fase do jogo (pressão alta, bloco médio/baixo, transições e bola parada) tem o mesmo peso, e a equipe precisa adaptar seu modelo aos espaços que o adversário concede, sem forçar zonas bloqueadas.
A partir da coletiva, a chave para entender a queda de rendimento do Flamengo no segundo tempo com o placar a favor passa menos por desgaste físico e mais por controle de posse e organização. O treinador descreveu um ciclo específico: ajustes do adversário no intervalo, aceleração imediata e imprecisa nas primeiras posses, aumento das distâncias entre setores e perda de compactação. O caminho de correção, ainda segundo ele, envolve paciência pós-roubo, redução de erros técnicos, manutenção da compactação e rapidez na leitura dos ajustes rivais.
No curto prazo, esses pontos definem a pauta do trabalho para a sequência contra o Internacional. No médio, oferecem critérios objetivos para avaliar se o Flamengo consegue transformar a vantagem mínima em controle sustentável também na etapa final.
Próximos jogos:
Assim como recentemente aconteceu contra o Atlético MG, o Flamengo irá ter uma sequência de jogos contra um mesmo time. Pelo Campeonato Brasileiro Série A o Flamengo encara novamente o Internacional, dessa vez longe de seus domínios, no próximo domingo, dia 17/08 às 18:30 horas (horário de Brasília). Na quarta-feira conclui a série de 3 jogos contra o Inter na volta da Libertadores, também em Porto Alegre, às 21:30 horas (horário de Brasília).
"Neste jogo quem mudou foi o adversário"


Primeira etapa: plano executado e controle do jogo
Segundo o técnico, o primeiro tempo seguiu o desenho traçado. A equipe cumpriu o plano, teve volume, criou diversas oportunidades e levou a vantagem mínima para o intervalo. O treinador frisou que o time retornou com a mesma formação, sem mudança de peças ou proposta.
Na leitura dele, esse ponto é central: a virada de chave não partiu do Flamengo, mas do rival. O Internacional retornou com alterações, o que redesenhou o cenário de partida.


Filipe Luís sustentou que o Flamengo “voltou igual”, enquanto o Inter promoveu ajustes. Sem antecipar com precisão o que o oponente faria, o time rubro-negro precisou interpretar essas mudanças em campo. Esse intervalo de leitura, natural após um primeiro tempo considerado muito bom, tornou o início da etapa final mais instável.
O técnico destacou a dificuldade inerente de intervir quando quase tudo funcionou antes do intervalo. O adversário muda; a equipe precisa identificar e responder, muitas vezes sem orientação prévia específica para aquela alteração.


André Rocha
é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.
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