
Sem Arrascaeta, quem cria no Flamengo? As opções de Filipe Luís para o duelo com o Internacional
Confira a análise das opções que Filipe Luís tem em suas mãos para substituir Arrascaeta.
LIBERTADORES
Por Redação do FH
8/14/20256 min ler


A suspensão de Giorgian De Arrascaeta para o jogo de hoje, 13 de agosto de 2025, às 21:30 horas (horário de Brasília), no Maracanã, pelas oitavas de final da Conmebol Libertadores contra o Internacional, impõe ao técnico Filipe Luís um ajuste fino no setor criativo. A pergunta que orienta a semana de treinos — “quem será o substituto de Arrascaeta?” — explicita o peso do uruguaio no modelo e a quantidade de variáveis envolvidas na decisão. Entre jogadores recém-chegados e peças já integradas, o dilema passa por ritmo de jogo, entendimento tático e impacto em ambas as fases.
Opções internas: Luiz Araújo e Gonzalo Plata
A versatilidade do elenco oferece caminhos alternativos sem a necessidade de uma troca nominal.
Luiz Araújo: bolas paradas e decisão pontual
Com “muita minutagem” e “números” consistentes, Luiz Araújo agrega execução em bolas paradas e capacidade de finalizar ou assistir. Em cenário de oitavas, a possibilidade de um lance isolado — falta, escanteio, bola lateral — resolver o jogo valoriza seu perfil. A ponderação está em como encaixá-lo sem desordenar os fluxos já estabilizados, especialmente na relação entre pontas e laterais.
Gonzalo Plata: manter a engrenagem pela direita ou centralizar?
Em Gonzalo Plata, há um trade-off claro. Pela direita, o equatoriano tem registrado bom rendimento, formando uma sequência funcional com os laterais (como Varela e Emerson Royal). A ideia de deslocá-lo para atuar “por trás do Pedro”, como um segundo atacante central, já funcionou em ocasiões específicas, mas pode diluir a “dinâmica muito boa” construída no flanco direito. Na prática: ao centralizar Plata, o time perde no setor onde “hoje ele tá rendendo melhor”.
Wallace Yan: o argumento tático consistente
Entre as alternativas, Wallace Yan aparece como a solução que mais preserva princípios do modelo e relações já consolidadas. A leitura de jogo do jovem, especialmente a coordenação com Plata, é apontada como diferencial. A movimentação em que Plata recua para dar apoio e Wallace ataca a última linha “às costas” do companheiro tem confundido marcações e aberto linhas de passe no corredor central.
Características destacadas em Wallace Yan para a função:
Ocupação de espaços com constância e boa temporização.
Agressividade na ruptura curta, atacando espaços entre zagueiro e lateral.
Tomada de decisão acelerada em zonas de densidade, algo que Arrascaeta frequentemente oferece.
Integração crescente ao modelo, com confiança para atuar por dentro.
Essa combinação permite simular, em parte, o padrão de conexões que o time realiza com Arrascaeta, sem exigir uma reconfiguração profunda de outras peças.
Saúl: alternativa de perfil versátil em fase de assimilação
Outro recém-chegado, Saúl é visto por Filipe Luís como atleta capaz de executar a função que já foi de Gerson em momentos anteriores e que hoje aparece disputada por Plata, Luiz Araújo e Matheus Gonçalves. O treinador enxerga em Saúl a capacidade de “chegar bem na área” e ser “determinante na frente”. O ponto de atenção é semelhante ao de Carrascal: assimilação dos conteúdos de fase defensiva e de construção. Em jogo eliminatório, essa curva de aprendizado pesa na balança.
O cálculo de risco: ritmo, conteúdo tático e impacto nas duas fases
A escolha de Filipe Luís combina três vetores:
Ritmo competitivo recente e condição para sustentar a intensidade da Libertadores.
Grau de assimilação dos mecanismos coletivos, sobretudo a pressão coordenada e a ocupação racional do meio.
Impacto ofensivo sem prejuízo da transição defensiva, para evitar desequilíbrios em perdas de bola.
Dentro desse triângulo, a manutenção de Plata pela direita — onde o rendimento é mais estável — e a utilização de Wallace Yan por dentro emerge como solução que maximiza o que já funciona, reduz a necessidade de adaptações bruscas e preserva a sinergia construída com os laterais. A entrada de Luiz Araújo pode ser trabalhada como variação situacional, principalmente se o jogo exigir bola parada ou finalização de média distância. Já as estreias de maior carga interpretativa, como Carrascal e Saúl, tendem a ganhar espaço conforme a equipe consolida princípios e ritmo.
Por que a prudência importa contra um Internacional irregular
A irregularidade do Internacional não elimina riscos. Em mata-mata, um erro de leitura ou um desencaixe na pressão pode custar caro. A decisão sobre o “substituto de Arrascaeta” precisa considerar não apenas quem entrega criatividade, mas quem mantém o bloco coeso para atacar e reagir. Nesse sentido, a solução que menos desloca peças do que já está consolidado costuma ter vantagem.
A avaliação interna indica que preservar Plata no lado em que rende mais e acionar Wallace Yan no centro oferece continuidade de desenho sem abrir mão de agressividade e mobilidade entre linhas.
O que observar no jogo
Alguns indicadores ajudarão a entender a escolha e seus efeitos:
Se Plata permanecer fixo à direita e quantas vezes será centralizado em rotação curta.
A profundidade das rupturas de Wallace Yan e sua coordenação com Pedro.
O volume de bolas paradas com Luiz Araújo em campo e a qualidade das cobranças.
O tempo e o contexto de utilização de Carrascal e Saúl, caso entrem, e como se comportam na pressão imediata após perda.
Sem Arrascaeta, o Flamengo precisa ajustar sem descaracterizar. A opção por manter Gonzalo Plata no flanco direito e posicionar Wallace Yan por dentro parece equilibrar continuidade e funcionalidade, sustentando relações que já entregaram rendimento. Luiz Araújo se apresenta como recurso útil para momentos específicos, sobretudo nas bolas paradas. Jorge Carrascal e Saúl ampliam o leque no médio prazo, à medida que consolidam conteúdos táticos e ritmo. Em um confronto eliminatório no Maracanã, a escolha passa menos por nomes e mais por preservar o desenho coletivo que oferece segurança sem perder capacidade de criação — o ponto central da equação sem Arrascaeta.
Onde assistir ao jogo do Flamengo hoje?
A partida terá transmissão em TV aberta pela TV Globo, em TV fechada pela ESPN e por streaming no Disney+ e no Globoplay. A bola rola às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, no Rio de Janeiro.; o jogo de volta ocorre em 20 de agosto, às 21h30, no Beira-Rio. Os jogos também terão opção de streaming no Disney+, além de cobertura minuto a minuto em portais esportivos
Jorge Carrascal: substituto natural sob avaliação


O contexto tático sem Arrascaeta
Arrascaeta concentra gestos decisivos entre linhas, leitura de espaços curtos e conexões com o ataque, atributos difíceis de reproduzir imediatamente. A solução não é linear: envolve avaliar o grau de assimilação dos conceitos exigidos por Filipe Luís e o efeito colateral que cada troca provoca na dinâmica do time, especialmente na ocupação do corredor central e na coordenação da pressão pós-perda.


Contratado para atuar na mesma faixa e função do uruguaio, Jorge Carrascal surge como o nome mais direto para a vaga. A proximidade da estreia e o estágio de integração, porém, criam ressalvas. Após a partida contra o Mirassol, Filipe Luís pontuou que a chegada do colombiano ocorreu “muito em cima do jogo” e que o atleta ainda não tinha “todos os conteúdos táticos” assimilados.
Há ainda a questão física: vindo de pré-temporada na Rússia, Carrascal não acumula sequência recente, o que torna “um pouco complicado” lançá-lo logo em confronto eliminatório de alta exigência. Reconhece-se o talento do meia, mas o time demanda, neste momento, um intérprete com timing ajustado para a pressão defensiva e para o encadeamento de jogadas em ritmo de Libertadores.


André Rocha
é o Editor-Chefe e Analista do flamengohoje.net. Especialista em análise de dados e táticas do futebol, ele une a paixão de torcedor com a precisão dos números para trazer um olhar único sobre o universo do Flamengo.
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